Atendendo a convocação feita pela vereador e presidente da Comissão de Saúde, Geraldinho da Saúde, a Secretária de Saúde, Rosenilce Cherrie Mourão, o Diretor de Atenção a Urgência e Emergência, Maurício Couto Silva e enfermeiros do Pronto Socorro Regional (PSR), estiveram presentes em reunião, ontem, no Plenarinho da Câmara Municipal.
O intuito era ouvir os denunciantes e as respostas dos representantes da saúde pública municipal. Geraldinho da Saúde colocou em pauta duas denúncias, a primeira pautou a falta de leitos nos hospitais do município e a segunda negligência por parte do PSR.
“Durante quase três horas, foram ouvidos denunciantes e representantes do PSR e SEMUSA. Faremos novas reuniões pois o assunto pede mais aprofundamento e respostas concretas. O que se pode concluir, e volto a frisar, é que a saúde pública necessita de profissionais com olhar mais humanitário, com olhar da alma. Essas famílias não terão seus parentes de volta, mas serão respeitadas e irão receber tratamento digno”, informa Geraldinho da Saúde.
Convocação Comissão de Saúde - Vereador Geraldinho da Saúde |
Falta de leitos nos hospitais de Divinópolis
A primeira denunciante afirmou que após uma queda, o seu pai de 85 anos, foi internado no Pronto Socorro, aguardando um leito do SUS para realizar tratamento da fratura de braço e mão. “Ele ficou internado por doze dias e não resistiu, veio a óbito. Quero chamar a atenção para a falta de leitos para que isto não aconteça com outras pessoas”, justificou.
Ainda afirmou que falta profissionais para cuidar dos pacientes. “Durante sua internação meu pai não recebeu alimentação adequada por ser diabético, inclusive, foram oferecidos doces a ele por outros pacientes. Os enfermeiros não davam banho e também não trocavam as fraudas, isso quem fazia era eu e meus irmãos”, conta.
Foi informado, pelos profissionais presentes, o motivo do óbito. “O histórico de saúde dele era frágil, além da diabete, ele era idoso e apresentava sintomas de Mal de Alzheimer”.
O Diretor de Atenção a Urgência e Emergência, Maurício Couto Silva, explicou o processo para liberação de leitos. “A vaga é solicitada de acordo com a condição do paciente, e o regulador do processo é o Governo Estadual. Quem define quem ocupará os leitos é a Gerência Regional de Saúde”, informou. “Estamos no caminho para solucionar este problema. Está em construção outra Unidade de Pronto Atendimento, que dividirá a demando do Pronto Socorro, que também é uma UPA, e assim vamos melhorar a qualidade no atendimento”.
Após ouvir os depoimentos, o Presidente da Comissão de Saúde, sugeriu agendar uma nova reunião como diretor da Gerência Regional de Saúde, para esclarecimentos e conclusão dos trabalhos da Comissão.
Presidente da Comissão de Saúde, Meio Ambiente e Ciência, vereador Geraldinho da Saúde |
Negligência no Pronto Socorro Regional
Há um ano uma denúncia protocolada na Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Divinópolis, destacava possível negligência no Pronto Socorro Regional. “Minha irmã não recebeu atendimento. Ela recebeu uma pulseira verde, que caracteriza não urgência, sendo que ela tinha acabado de ter uma crise convulsiva e sentia fortes dores de cabeça”, informou a denunciante. “Ela veio a óbito por não ter recebido atendimento adequado”. A denúncia foi encaminhada a Comissão de Saúde, que imediatamente, através de seus membros, pediu respostas a Secretaria Municipal de Saúde.
“A resposta que recebi é que a diretoria do Pronto Socorro Regional aguardava parecer da Promotoria de Justiça e da Comissão de Ética Médica do Pronto Socorro. O processo é demorado quando se trata de ética médica, mas o tempo de espera foi ao limite, por isso fizemos esta convocação”, informa o Presidente da Comissão de Saúde, vereador Geraldinho da Saúde.
Durante a reunião de ontem, os denunciantes puderam relatar o que aconteceu com a irmã deles no dia em que faleceu. “Minha irmã foi tratada com descaso. Eu como leigo, percebi que o caso dela era de atendimento imediato, como os médicos não notaram isto?”, disseram.
Foi informado como é realizado o processo de seleção de pacientes. “A enfermeira que faz a classificação tem dez anos de experiência. Embasamos a escolha pela triagem de Manchester”.
A Secretária de Sáude, Rosenilce Cherri Mourão, informou que há preparação de equipe para agilidade no atendimento. “Em nenhum hospital da cidade o atendimento a casos de urgência é mais rápido do que no Pronto Socorro Regional. Todos os profissionais são treinados para agir em situações de emergência”, afirmou.
Ciente da seriedade do assunto, o Presidente da Comissão de Saúde, informou que seria necessário participação do Ministério Público. “Vou sugerir ao Ministério Público que sejam ouvidos os médicos que prestaram atendimento e a enfermeira que fez a triagem. A denúncia será encaminhada para conhecimento e parecer dos profissionais do poder judiciário”, informou Geraldinho da Saúde.
“Minha irmã era uma pessoa prestativa, que sempre ajudou a todos. O dia em que ela precisou de ajuda, foi negado. Ela chegou a ser atendida e recebeu alta, depois passou mal em casa de novo, ela gritava de dor de cabeça, foi levada de volta ao Pronto Socorro por ambulância. Ainda assim, constatou-se a demora no atendimento”, disse a denunciante.
Os trabalhos da Comissão de Saúde não serão cessados enquanto não houver respostas condizentes com a peculiaridade do caso. “Esta família, assim como as outras, merece respeito”, finalizou Geraldinho da Saúde.
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